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De volta às raízes sensuais da música negra.





Alicia Keys, sem paranóia
De volta às raízes sensuais da música negra.
AS I AM(ESTA SOU EU). Alicia volta às raízes sensuais da música negra!!!
Com mais de 22,5 milhões de CDs vendidos e onze prêmios Grammy, ficou difícil ignorar o sucesso de Alicia Keys. Mas, para a tímida cantora de 27 anos, conviver com a fama tornou-se um tormento. Ao se proteger do escrutínio público, Alicia se transformaria num dos novos talentos mais enigmáticos do pop. A paranóia foi tamanha que Alicia chegou a trocar o estilo sensual por roupas masculinizadas e rabo-de-cavalo, só para que marmanjos parassem de mexer com ela nas ruas de Nova York, onde mora. “Estava me tornando uma pessoa muito oculta e tive de me livrar daquela máscara”, diz. Agora, ao se despir de suas neuroses com o lançamento de AS I AM (Sony BMG), seu terceiro álbum, que chega às lojas brasileiras nesta semana, Alicia soa confiante e apresenta o melhor trabalho de sua carreira.
A mudança mais distinta é a voz, hoje mais aguda, raivosa e passional. Suas músicas, muitas em parceria com o namorado, Kerry “Krucial” Brothers, também produtor do CD, passeiam pelo engajamento político, libelos feministas (como a bela faixa soul “Superwoman”) e a dor da perda de um familiar. É o caso da ótima “Like You’ll Never See Me Again”, lamento que faz uma mistura do Prince da fase Purple Rain com Roberta Flack.
Musicalmente, Alicia continua a flertar com o soul puro das décadas de 60 e 70 e com as raízes do gospel e do hip-hop. Quando se senta ao piano, ela não cria nenhuma nota sintética ou abreviada. O CD também reserva espaço para baladas mais acessíveis às paradas de sucesso e às emissoras de rádio. Mas elas receberam fino acabamento, graças à ajuda de fazedores de sucesso como a produtora Linda Perry (que trabalhou com Christina Aguilera) e o cantor-galã John Mayer. A bela Alicia impressiona.